quinta-feira, 30 de outubro de 2025
JESUS UMA PESSOA E DUAS NATUREZAS EM PERFEITA UNIÃO
Jesus é ao mesmo tempo uma pessoa divina e uma pessoa humana, uma única pessoa com duas naturezas, a divina e a humana, que se uniram na Encarnação. Ele não é apenas um espírito, nem apenas um homem, mas uma pessoa completa em ambas as naturezas, sendo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
Como pessoa humana: Jesus viveu, agiu, sentiu e se tornou "semelhante aos humanos em tudo, exceto no pecado". Ele era paciente, compassivo, gentil e humilde, qualidades de uma pessoa terrena. Vários textos bíblicos o chamam de "homem" ou "varão", como em Atos 2:22, que o descreve como um "varão aprovado por Deus".
Como pessoa divina: Jesus é a segunda pessoa da Trindade, o Filho de Deus. Sua divindade é afirmada em passagens que indicam que Ele é Deus antes de vir à terra, criador e parte de Deus. A própria Bíblia o descreve como "verdadeiro Deus e verdadeiro homem".
A relação com o Espírito Santo: O Espírito Santo não é o mesmo que Jesus, mas uma terceira pessoa da Trindade. O Espírito Santo é identificado como o "Espírito de Jesus Cristo" e o Espírito do Senhor, que age em concordância com o Filho.
QUAL É O SIGNIFICADO DE COVIL DE SALTEADORES?
O significado bíblico de "covil de salteadores" refere-se a um lugar que deveria ser de culto, mas que foi profanado pela ganância e exploração, tornando-se um esconderijo para aqueles que roubam o povo. A expressão foi usada por Jesus para descrever o templo de Jerusalém, que se tornou um centro de negócios com preços exorbitantes para sacrifícios e câmbio de moeda, desvirtuando seu propósito sagrado de ser uma "casa de oração".
Propósito corrompido: O templo, que deveria ser um local de adoração, foi transformado em um "negócio" lucrativo para a classe religiosa.
Exploração: Os cambistas e vendedores de animais para sacrifício impunham preços excessivos, que eram considerados um "assalto" pelo povo, especialmente os mais pobres.
Ladrões e salteadores: A frase aponta para a ganância daqueles que, por meio de lucro abusivo, roubavam o povo, violando o propósito santo do lugar.
Profanação: Ao usar a expressão, Jesus denunciava a profanação do espaço sagrado, que havia perdido sua santidade original e se tornado um lugar de exploração e lucro, em vez de um lugar de oração. O que quer dizer covil de salteadores na Bíblia?
COVIL DE LADRÕES OU CASA DE ORAÇÃO? –
Um covil de salteadores é o local onde os ladrões se escondem para dividirem o produto de seus roubos. No esconderijo de ladrões você encontra objetos roubados sendo divididos entre os malfeitores. No covil de ladrões o que conta é o lucro fácil, as facilidades sem esforço e o riso de deboche das vítimas roubadas.
Oque você imagina quando vê na tv as cenas dos locais onde ladrões se escondiam e planejavam seus crimes? Sinceramente algumas revelações de Jesus são perfeitamente atuais porque a natureza humana não muda. Quando encontrou o comércio instalado no templo em Jerusalém, espaço de culto e adoração a Deus tomou atitude drástica dizendo: “Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vocês a transformaram em um esconderijo de salteadores. ”[1] Imagine as implicações dessa revelação! O espaço e relacionamento que pessoas utilizam para ali falar com Deus, prestar-lhe culto é transformado em um esconderijo de criminosos espirituais. Um covil de salteadores é o local onde os ladrões se escondem para dividirem o produto de seus roubos. No esconderijo de ladrões você encontra objetos roubados sendo divididos entre os malfeitores. No covil de ladrões o que conta é o lucro fácil, as facilidades sem esforço e o riso de deboche das vítimas roubadas. Quem está no covil de assaltantes, está na verdade se escondendo.
Uma casa de oração como Deus chama o ajuntamento dos que o adoram, obedecem a ponto de crer nÊle é diferente. Trata-se do local onde se reúnem os que dividem toda a sorte de riquezas espirituais que receberam gratuitamente de Deus através da fé de Cristo Jesus. A casa de oração é na verdade o esconderijo do Altíssimo, sombra do Todo poderoso, do onipotente[2]. Na casa de oração há alegria dos pecadores perdoados por Deus. Quem está na casa de oração não precisa se esconder, pode se revelar. Quem está na casa de oração olha com misericórdia os pobre, os caídos e os chama para junto do Pai. Não é a casa que faz as pessoas orarem. Na verdade, são as pessoas que se reúnem naquele local, em nome de Jesus que a tornam casa de oração. Na casa onde se reúnem para orar em nome de Jesus estão os que recebem de Deus o que Ele dá gratuitamente no amor e santidade por Cristo Jesus[3].
Você, com sua motivação faz a diferença no local. Sua motivação diante de Deus e do próximo faz a diferença entre um covil de assaltantes ou casa de oração.
Esta mensagem responde á pergunta: Como u m lugar de oração pode se tornar um esconderijo de ladrões?
Tarefa para hoje: Identifique suas motivações ao ir a um local para orar junto com outras pessoas para não transformá-lo em um covil de ladrões
[1] Lucas 19:46 Esse trecho é uma aplicação do trecho de Isaias 56 onde encontra-se descrito o espaço divino para o culto e comunhão com Deus e a primeira parte desse pensamento de Jesus no versículo 7: porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.
segunda-feira, 27 de outubro de 2025
O QUE É ACÍDIA NA BÍBLIA?
O que é acídia na Bíblia?
Na Bíblia, acídia é uma preguiça espiritual profunda que leva ao tédio, apatia e desânimo, fazendo a pessoa perder o sentido da vida e a alegria nas coisas de Deus. Ela é um estado de letargia e desmotivação que pode paralisar a pessoa, afetando sua oração e outras responsabilidades espirituais, sendo muitas vezes chamada de "demônio do meio-dia".
Características da acídia
Tédio e aversão: A pessoa sente tédio e aversão a tudo, inclusive às práticas espirituais que antes lhe davam alegria, como a leitura da Bíblia e a oração.
Apatia espiritual: Um estado de torpor na alma que leva à falta de zelo e de iniciativa na caminhada com Deus.
Desânimo e desesperança: É uma forma de desespero que mina a energia espiritual e pode levar ao endurecimento da alma.
Procrastinação e inércia: A pessoa se sente paralisada e procrastina, abandonando suas responsabilidades espirituais e até mesmo a busca pelo bem.
Melancolia: Está associada à melancolia e à tristeza profunda, sendo vista como uma "doença" da alma.
Como lidar com a acídia
Vigilância e oração: A vigilância constante e a oração são citadas como chave para resistir a essa tentação.
Alegria no Senhor: Cultivar a alegria no Senhor, que é a força, e não se deixar abater pelo desânimo é um antídoto eficaz.
Paciência e fé: Papa Francisco menciona a "paciência da fé" como forma de confrontar a acídia, que pode ser superada com a graça de Deus.
sábado, 11 de outubro de 2025
O ESPÍRITO DE DEUS AGE COM JUSTIÇA
Miquéias 2:7 declara que o Espírito de Deus age com justiça, pois suas palavras trazem benefícios àqueles cujos caminhos são retos. O versículo é um contraste direto com a opressão e a injustiça que Miquéias denuncia no início do capítulo, onde líderes e indivíduos tramam o mal para oprimir os fracos. A passagem destaca que, apesar da corrupção da sociedade, a fidelidade de Deus é para com os justos.
O Espírito de Deus se manifesta: O versículo responde à acusação de que o Espírito do SENHOR perdera a paciência ou agia de forma equivocada. Na verdade, as palavras de Deus trazem bem a quem anda em retidão.
Um contraste com a injustiça: Este versículo é um contraponto à injustiça que impera na sociedade descrita por Miquéias. As pessoas estão agindo com cobiça e opressão, mas Deus é fiel para com os que o buscam.
A promessa de bênção: A palavra de Deus é o oposto do mal. Para aqueles que têm um coração reto e confiante em Deus, as palavras do Senhor trazem bênçãos e não condenação.
Contexto de Miquéias: Miquéias denuncia a corrupção e a injustiça de sua época, mas também aponta para a esperança em Deus, que é fiel ao seu povo, mesmo em meio à adversidade.
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
NARCISISMO
Narcisismo envolve uma combinação de arrogância e orgulho, mas o diferencia é que ele se manifesta como um senso exagerado de superioridade, uma grande necessidade de admiração e uma profunda falta de empatia pelos outros. Enquanto orgulho e arrogância podem existir em outras pessoas e contextos, o narcisismo é uma característica de personalidade que leva a comportamentos egoístas, exploradores e a uma fixação excessiva em si mesmo.
Narcisismo vs. Orgulho e Arrogância
Arrogância: É o sentimento de superioridade que pode ou não estar ligado a qualidades reais.
Orgulho: A sensação de satisfação pela própria excelência ou por conquistas, que pode ser um sentimento saudável e positivo.
Narcisismo: É uma combinação de uma autoimagem inflada com uma falta de empatia pelos sentimentos e necessidades alheias.
Características do Narcisista
Um indivíduo com traços narcisistas geralmente exibe:
Autoimagem grandiosa: Uma crença exagerada em suas próprias habilidades, talentos e importância.
Necessidade de admiração constante: A busca por ser constantemente admirado e validado por outras pessoas.
Falta de empatia: Uma dificuldade ou incapacidade de reconhecer e compreender os sentimentos dos outros.
Comportamento egoísta: Uma preocupação excessiva com as próprias necessidades e desejos, desvalorizando os do próximo.
Exploração de outros: A tendência a manipular e explorar os outros para satisfazer seus próprios objetivos.
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
A ROUPA DO VELHO HOMEM
"A roupa do velho homem" se refere a Efésios 4:22-24, uma metáfora bíblica para as antigas atitudes, comportamentos e mentalidades que devem ser abandonadas por cristãos para serem renovados na justiça e santidade de Cristo. Não se trata de um vestuário físico, mas de um processo de despojamento de valores e desejos corrompidos por uma nova vida em Deus, a criação de um "novo homem".
O que representa o "velho homem"
Atitudes e comportamentos antigos: Refere-se a uma conduta passada, com vícios, maus hábitos e manias que afastam de Deus e de Seus propósitos.
Desejos enganosos: São as concupiscências, os anseios e cobiças que levam à prática do pecado, conforme mencionado em Efésios.
Mentalidades corrompidas: Inclui pensamentos e ideias que não refletem a santidade e justiça de Cristo, e que se corrompem com o engano.
O processo de "despir-se"
Rejeitar o passado: É um abandono consciente das práticas, pensamentos e valores que compunham o "velho eu", como tirar "roupas imundas".
Renovação do pensamento: Exige uma transformação na maneira de pensar, para que a mente seja renovada e alinhada com o padrão de Deus.
Abraçar o novo homem: É o ato de se revestir do "novo homem", que é a nova identidade em Cristo, marcada pela justiça e santidade.
Por que é importante
Transformação espiritual: A troca da "veste velha" é fundamental para experimentar a transformação que Deus deseja, evitando que o velho eu continue a crescer e a dominar.
Viver o propósito de Deus: Para viver plenamente a nova vida em Cristo e cumprir o propósito de Deus, é necessário despir-se do que nos prende ao passado.
Aproximação de Deus: Ao se livrar das "roupas velhas" e se revestir do novo, o crente demonstra o desejo de viver a vida que agrada a Deus, buscando a renovação espiritual.
AS VESTES DE CRISTO
Efésios 4.17-32 (Leitura: Salmo 130)
«Despi-vos do velho homem, que se corrompe nas paixões do engano, e revesti-vos do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão.» Que quer dizer isso? Parece evidente. Será: «Tirai a roupa velha, os trapos sujos do homem pecador e vesti a vestimenta da justiça de Cristo, branca e reluzente!»
Então —. ser cristão seria somente uma questão de troca de roupa! No sentido espiritual, naturalmente. No sentido de deixarmos os hábitos e os costumes do homem descrente e mau, e adotarmos os hábitos e os costumes do homem crente e justo. De deixarmos os costumes dos gentios, a vaidade dos pensamentos, a vida obscura, alheia a Deus, vida de ignorância, de corações endurecidos, vida insensível, entregue à avidez e à impureza e de trocarmos esta roupa poluída pelo vestido branco da justiça de Cristo. Você está notando que ambas as palavras, hábito e costume, significam também «roupa», «vestuário»? É de ficar pensativo!
Mas será que o apóstolo Paulo não está simplificando as coisas? Será que esta troca de roupa é tão fácil assim? Será que ele não sabe que não é o hábito que faz o monge que não é a batina que faz o pastor que não é o macacão que faz o mecânico?
Mudar de roupa. Mudar de natureza. Mudar de caráter, Se fosse tão fácil assim, como o apóstolo parece estar pensando! —. Nos Estados Unidos, há uns vinte anos atrás, num congresso de alfaiates, um dos profissionais da tesoura fez a experiência: Seguido por repórteres de jornais, ele recolheu um andarilho da sarjeta, apresentou-o aos congressistas e convenceu-o a «mudar de roupa». Mandou-o fazer a barba, tomar banho, cortar os cabelos e as unhas — e entrementes ajustou para ele um terno de primeira qualidade, camisa e gravata de luxo, meias e sapatos da última moda. Depois de submeter-se àquela «reforma«, o andarilho, acompanhado do alfaiate milagreiro, se apresentou aos congressistas. Ninguém o reconheceu mais. Os jornais fizeram sensação do caso. O próprio homem, tão subitamente transformado, se comoveu e anunciou que ia começar uma vida diferente. Um hoteleiro se ofereceu a dar-lhe emprego. Os jornais iam relatando a história nas primeiras páginas. Só que, uma semana mais tarde, um repórter foi achar aquele andarilho «reformado», deitado novamente na sarjeta, e o terno elegante dele, a camisa, os sapatos, tudo estava num estado lastimável. Desta vez foi um jornal só que publicou uma nota a respeito do caso — e não foi na primeira página. . .
Não. O hábito não faz o monge. A lataria não faz o carro. A pintura não faz a casa. O apóstolo Paulo não ignora isto. Ele não seria mensageiro de Jesus, se acreditasse naquele tipo de troca de roupa, ou em algo espiritual parecido. O próprio Senhor havia ensinado aos seus discípulos que o lado externo da panela pouco importava. Que importava antes, limpar a panela por dentro. Ele tinha prevenido seus discípulos contra os «sepulcros caiado» dos fariseus, sepulcros brancos e limpos por fora, e cheios de podridão por dentro. Não. A imagem que Paulo está usando não tem que ver com uma simples troca de hábitos, com uma decisão de mudar de estilo de vida, com uma reforma de fachada. Se olharmos bem para as palavras que o apóstolo usa, vamos notar que ele não diz que devemos despojar-nos da roupa do velho homem, mas, sim, que é preciso despojarmo-nos do próprio velho homem! Então ele não pede que dispamos alguma coisa: Ele pede que nos dispamos de nós mesmos!
Sim, mas então — o que vai sobrar de nós? Há instantes nos pareceu que o apóstolo estava pedindo pouco — e agora, de repente, estamos notando que ele está pedindo muito, está pedindo demais, está pedindo uma coisa impossível para nós. Pois «despir-nos de nós mesmos» — seria o mesmo que morrer! «Despojar-se do velho homem» não seria abandonar só o casulo, a casca, como faz a borboleta. Seria entrar em conflito consigo mesmo, seria desligar-se da própria natureza, seria negar-se a si mesmo, E foi isto mesmo que Jesus pregou: «Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.» Paulo chega a dizer na sua epístola aos Romanos (cap. 7): «Eu morri», «Temos morrido com Cristo. Considerai-vos mortos para o pecado.» (cap. 6)
Então, em todo o caso vamos concordar em uma coisa: Um encontro com Cristo não leva a uma reforma de fachada. Não leva a deixar este ou aquele vício, em corrigir este ou aquele mau costume. Um encontro com Cristo não leva à mera reforma de terno ou de vestido, Leva, antes, à transformação do homem ou da mulher que vestem o terno ou o vestido. Na linguagem da Bíblia, é realmente um morrer e um ressuscitar o que acontece com o homem que chega a crer em Cristo, Visto de um lado, é um morrer. É o fim de uma maneira de ser, de pensar e de agir. Visto de outro lado, é um ressuscitar é nova vida, criada por Deus. Paulo diz: «Revesti-vos do novo homem, criado segundo Deus.» Fala, portanto, em criação, em nova criação. É o equivalente a novo nascimento!
Estamos lembrados: «Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou.» É isto o que acontece em Cristo. Ele é a imagem de Deus, sem mácula. Nele se manifestou o novo homem, e qualquer criatura humana que se entregar a Cristo, entrega-se nas mãos criadoras de Deus. Não é ele, o homem, que faz o milagre. O homem não foi feito para ser Criador. É uma mentira descarada, o que disse Karl Marx — que o homem é criador de si mesmo. É uma mentira descarada, a do famoso «self made man» capitalista — o «homem que se fez a si mesmo». O homem pode mudar seus hábitos, mas não pode mudar a si mesmo. Só Deus é capaz de transformar o homem de fato. É capaz de dar-lhe, não só uma nova face, mas um novo coração. Isto é, de mudá-lo bem no ponto onde está a origem de seu mal — no centro de comando de sua pessoa, lá onde ele é ele mesmo, onde ele diz «eu sou, eu quero, eu faço». O homem precisa renascer mesmo, precisa nascer de cima, como também dá para traduzir aquela palavra que Jesus disse a Nicodemos.
Você talvez diga a si mesmo agora: Então eu não sou cristão. Pois eu continuo o mesmo. Eu me irrito, às vezes minto, sou desonesto, digo coisas que ferem e ofendem. E não consigo fazer de conta que não seja aquilo que sou. Não consigo sair de minha pele. Eu seria um hipócrita, um fingido, se procurasse bancar o homem justo e perfeito.
Veja: Paulo fala para aqueles cidadãos de Éfeso como sendo cristãos. Eles não devem ter sido diferentes de nós, como podemos facilmente observar, ao lermos a carta toda. Ele, por exemplo, lhes dá conselhos — de deixarem a mentira, de não se irritarem, de não furtarem, de não falarem coisas torpes, de deixarem gritaria, blasfêmia e malícia. Se o apóstolo vê a necessidade de dar tais conselhos, é evidente que os membros da comunidade de Éfeso estão lutando com estes problemas mesmo, Se não fosse, Paulo estaria chovendo no molhado. E, no entanto, ele diz deles que são «feitura de Cristo», que Cristo lhes deu vida, que eles são os santos que vivem em Éfeso. Como combina isso? Por um lado ele os trata como cristãos renascidos, e pelo outro, lhes dá conselhos que provam cabalmente que o velho homem ainda está bem ativo neles?
Lutero diz no Pequeno Catecismo que o velho Adão em nós precisa ser afogado diariamente, que precisa morrer cada dia, com todos os seus instintos e maus desejos. É verdade: Ele foi condenado à morte, quando fomos batizados. Foi legalmente afogado, por assim dizer. Porque o batismo não é um banho -- é um afogamento. E o novo homem nasceu, quando Cristo nos aceitou, e quando nós o aceitamos como nosso Senhor. Em princípio, esta situação está bem clara, na vida de cada cristão. Se ele tem fé, isto é, se tem comunhão de vida com Cristo, então o novo homem vive nele, então ele é «feitura de Cristo», é santo e renascido. O velho homem corrompido perdeu a vez. Cristo tem maioria absoluta na cabeça e no coração de seus discípulos. E esta maioria não depende de vantagenzinhas que o velho Adão possa oferecer-lhe para que faça novamente o jogo dele. O que acontece na vida do cristão, é que ele precisa ser lembrado daquilo que ele é. Precisa ser lembrado de que foi salvo, que é filho da luz e da verdade, e que falar a mentira é algo que simplesmente não faz sentido para ele. Precisa ser lembrado de que ele foi perdoado por Deus em Cristo, e que por isso simplesmente não tem cabimento, ele não perdoar ao seu próximo, guardar rancor dele. Precisa ser lembrado de que ele é templo do Espírito Santo. Paulo diz: Ele foi selado pelo Espírito Santo, para o dia da redenção. Precisa ser lembrado de que é cristão, para entender que não faz sentido ele falar coisas torpes, dar lugar à amargura, à raiva, à gritaria, à blasfêmia, à malícia. Ele passou a viver da graça de Deus. Como ele poderá negar isto? Não tem cabimento mesmo. Perante Deus não tem!
Notemos a diferença: Paulo não xinga os efésios, não lhes dá regras morais. Ele apenas os lembra daquilo que eles são. Porque o cristão pode esquecer. Ele pode adormecer, ficar relaxado, indiferente. O velho homem se aproveita de qualquer oportunidade para botar a cabeça para fora da água. Ele sabe bem que, enquanto Cristo estiver presente, ele — o velho homem -- não tem chance de obter o poder em nós, pois Cristo por si é a maioria absoluta, é o poder supremo, que nenhuma criatura é capaz de contestar. Assim o desejo do velho homem é que Cristo abandone a, casa, para que ele, o homem antigo, possa voltar a ser o dono de nossa vida. E é isso o que acontece no momento em que perdermos a fé.
Não. Você não precisa fazer de conta que é uma criatura perfeita. Pelo contrário: Precisa tirar a máscara ao velho homem, confessar seus erros, suas fraquezas, suas maldades. Nada de «cristianismo de fachada», de hábitos externos e de etiquetas tradicionais! O que precisa, é pôr-se claramente ao lado de Cristo, na luta que se trava dentro de você. No juízo final, Cristo será o vencedor, sem sombra de dúvida. Mas o que a vitória de Cristo lhe adiantará, se você não se achar ao lado dele, no dia de seu triunfo? Não haverá segundos ou terceiros vencedores. Haverá os que vencem com Cristo e haverá os que perdem sem ele.
Então, o que vale, é: Você foi selado com o Espírito Santo. Foi perdoado e aceito por Cristo. Faça tudo mais em sua vida respeitar este fato. Lute para ser coerente com sua fé. Você não estará lutando sozinho, porque foi revestido do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão.
Oremos: Nosso Criador e Salvador: Agradecemos-te por nos lembrares de que fomos aceitos por ti em Jesus Cristo, de que fomos salvos e perdoados. Louvamos o teu nome, por não nos impores nenhuma lei, por não nos forçares a fingir o que não somos. Obrigado por nos teres lembrado de que fomos revestidos de Cristo. Ele é nossa justiça. Amém.
Veja:
Lindolfo Weingärtner
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